MULHERES FILÓSOFAS E DISCURSO

BREVES REFLEXÕES DO SILENCIAMENTO DE FILÓSOFAS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA PELO VIÉS DA ANÁLISE DE DISCURSO

Resumo

Fundamentadas na Análise de Discurso pecheutiana, procuramos entender uma Formação Discursiva da Filosofia, filiada à ideologia patriarcal, que pensou e delimitou o que é ser mulher durante séculos, e “autorizou” os lugares que poderiam ser por elas ocupados. Observamos as ementas de História da Filosofia Contemporânea para analisar possíveis efeitos de sentido produzidos por essa Formação Discursiva e sua relação com o silenciamento, pela via do apagamento, das filósofas. Com isso, temos como objetivo geral a análise dos ementários dos cursos de Ensino Superior em Filosofia em determinadas Universidades Federais, ao nível de bacharelado ou licenciatura, para propor um gesto de leitura analítica sobre alguns dos efeitos de sentido produzidos pela Formação Ideológica Patriarcal que atravessa uma Formação Discursiva da Filosofia, conforme estamos nomeando. Também investigamos se esse processo de disciplinarizar um conhecimento, institucionalizando-o, funciona como mecanismo que silencia filósofas, apagando sua participação enquanto produtoras de conhecimento e silenciando suas produções intelectuais na medida em que são pouco utilizadas nas referências ou não aparecem nos processos de denominação e referenciação de uma disciplina.