“TRÍPTICO OU MARIA HELENA, ARPAD E A PINTURA”: SOBRE O CONCEITO DE ÉCFRASE E UM POEMA ECFRÁSTICO DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Palavras-chave:
Écfrase, Poesia, Pintura, Sophia de Mello Breyner AndresenResumo
Este artigo apresenta uma leitura do poema “Tríptico ou Maria Helena, Arpad e a Pintura”, que integra a obra Ilhas, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a partir do recurso da écfrase, discutindo a possibilidade de ampliação da leitura da écfrase enquanto um gênero literário fechado, ou como simples descrição, no poético, de um objeto pictórico. A fim de se compreender as relações que se estabelecem os efeitos de sentidos produzidos, a leitura considerou aspectos estético-formais, imagens e demais recursos expressivos, observando, nesse exercício analítico, que o poema não apenas reproduz a tela que dá elementos para a observação do eu poético, mas elabora uma interpretação voltada a elementos não exteriorizados na obra de arte, revelando, portanto, ser possível criar pela palavra uma nova dimensão em relação ao plano que a pintura apresenta aos observadores.