JORNAL FRONTEIRA DO IGUAÇU E A DITADURA MILITAR: A CONSTRUÇÃO DO CONSENSO POR MEIO DOS EDITORIAIS (1972 A 1973)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar os editoriais do extinto jornal Fronteira do Iguaçu, de Cascavel, Oeste do Paraná, durante a Ditadura Militar, com recorte temporal de 1972 a 1973, buscando encontrar o papel deste Aparelho Privado de Hegemonia (APH) no processo político e econômico do período, como construtor de um consenso favorável ao regime ditatorial. Nos veículos impressos, principalmente os editoriais, são tradicionalmente o espaço em que se destaca a “voz do dono”. Dessa forma, é possível visualizar de maneira mais clara o projeto político e econômico do meio de comunicação e perceber as intenções deste ao se posicionar em relação a temas específicos e, até mesmo, sobre uma conjuntura ampla, como o regime vigente de um país. Analisamos, durante a pesquisa, 13 textos identificados como editoriais em edições do recorte temporal anteriormente citado, tendo como aparato teórico, especialmente, o filósofo italiano Antonio Gramsci (1991). A conclusão alcançada foi de que o extinto jornal analisado teve um discurso afinado com a ditadura militar. Além de construir um consenso pela manutenção do regime, o Aparelho Privado de Hegemonia em questão também pregou a necessidade do desenvolvimentismo conômico e da construção de uma economia neoliberal no Brasil.