ÊÊÊÊPA, BICHA NÃO!

Resumo

O presente artigo, amparado na perspectiva discursiva, busca analisar como a personagem Vera Verão compareceu ao programa “A Praça é Nossa” exibido em TV aberta nos anos de 1990 a 2000. O artigo tem como objetivo refletir acerca dos efeitos de sentidos produzidos por tal programa e personagem a partir da análise de sequências discursivas enunciadas por Vera Verão nos anos de sua produção artística midiática. A partir deste material, pretende-se neste texto analisar discursos dizeres da personagem considerando o contexto histórico, ideológico e discursivo para perceber como formulações se repetem e se aproximam. O quadro protagonizado por Vera Verão retoma uma memória acerca do sujeito Drag Queen, deslocando-a numa tentativa de amenizar o que a figura da Drag poderia significar numa rede aberta de televisão. Nesse interim, surgiu a necessidade de analisar os dizeres da Drag na mídia televisiva quando a luta LGBT enfrentava duras interjeições e críticas, mas que, aos poucos, ocupava seu lugar nos veículos de comunicação. Dessa forma, para que se alcance os objetivos apresentados, o artigo será baseado em teóricos da Análise do Discurso como Pêcheux (1993) e Orlandi (2001); além de teóricos que fundamentam o estudo do gênero como Butler (2003) e Louro (2018). Os recortes encontram-se separados em Sequências Discursivas (SDs) para melhor organização das análises.