A RECONSTRUÇÃO DE MARTINA CHAPANAY NO CONTO HISTÓRICO EL MAESTRO Y LA REINA DE LAS AMAZONAS (2001)

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar a figura do imaginário popular argentino, Martina Chapanay, e sua recriação por meio do conto “El Maestro y la Reina de las Amazonas” (2001), de María Rosa Lojo, evidenciando como a releitura histórica contribui para a ressignificação da identidade de um lugar. Chapanay é, até hoje, uma figura viva no imaginário popular argentino, por ter lutado ao lado de Facundo Quiroga no século XIX, na luta pela independência das colônias espanholas, e é recriada, com maestria, pela autora María Rosa Lojo, em um dos catorze contos da obra Amores insólitos de nuestra história (2001), permanecendo fiel a sua descrição popular, no entanto a partir de um encontro fora dos campos de batalha.  O método utilizado no desenvolvimento da presente pesquisa é o da revisão bibliográfica, sendo trazidas considerações de autores como Jacques Le Goff (1986); Jean Scott (2007); Esteves (2010; 2016); Fanchin (2014); Marques (2016) e Biancato e Fleck (2018), para com eles analisar e interpretar a personagem supracitada a partir do viés da narrativa de extração histórica, com o intuito de evidenciar como essa reconstrução da História a partir das narrativas ficcionais são importantes para a construção da identidade argentina. A proposta foi considerar como pilares questões como a marginalização dos discursos feminino e indígena na formação identitária argentina, os quais são evidenciado na obra em questão, possibilitando uma nova versão dos fatos, a partir do ponto de vista de Chapanay, mulher de descendência huarpe, possibilitando momentos reflexivos que podem contribuir para a ressignificação da identidade do povo argentino.