DISCURSO MACHISTA EM CANÇÕES SERTANEJAS

Resumo

A luta das mulheres para terem voz e vez é uma luta sem intervalo e por mais que nos pareça que há avanços nesta questão, o discurso machista continua produzindo ecos e circulando de forma naturalizada, em grande parte da sociedade contemporânea. Esses discursos interpelam os sujeitos porque se encontram cristalizados em diversas instituições: escola, família, igreja (entre outras), e, em virtude disso, os sujeitos não se dão conta do atravessamento ideológico a que estão submetidos. Não se pode perceber a maneira como a ideologia age sobre os sujeitos, simplesmente porque a ideologia está na evidência de um sentindo, na naturalização dos discursos. A ideologia é, então, aquilo que alimenta as certezas e as evidências. Neste sentido, propomos analisar, a partir da teoria francesa de análise do discurso (AD), duas músicas sertanejas, a saber, Vidinha de Balada, da dupla Henrique e Juliano, e, Contrato, da dupla Jorge e Mateus, para compreender de que forma as mulheres são discursivizadas em músicas sertanejas e, sobretudo, compreender como a ideologia interpela os sujeitos na circulação dos sentidos.