"BENDITO, LOUVADO SEJA!": O RAP ENTRE A PERIFERIA E AS PASSARELAS NA ANÁLISE DO DESFILE YASUKE DE EMICIDA

Resumo

Este trabalho procura investigar os desdobramentos do rap nacional, ritmo inicialmente marginalizado, quanto marca de consumo e formador de identidades. A pesquisa realiza um debate sobre a construção de estratagemas utilizados pelos membros do hip-hop para fortalecer sua mensagem: a música e a roupa. Tais recursos permitem que sujeitos reafirmem  suas origens e lugares de mundo fora das instâncias hegemônicas da sociedade. Para tanto, analisa-se a trajetória do rapper Emicida até a criação da Laboratório Fantasma, marca de roupa presente na São Paulo Fashion Week de 2016, que chamou atenção da mídia por representar a periferia e a cultura negra nas passarelas. Com a análise esmiuçada dos principais elementos que compuseram o desfile - o discurso (música), a escolha dos modelos e a simbologia das roupas - a pesquisa pôde interpretar que a valorização da própria cultura nacional é fundamental para ratificar a manifestação política do rap, mesmo dentro dos ambientes de consumo dos grandes centros econômicos.