A INTERTEXTUALIDADE ENTRE OS TEXTOS “A UM POETA” E “SURGE ET AMBUALA” DA AUTORIA DE ANTERO DE QUENTAL E RUI DE NORONHA

Autores

  • Enísio Cuamba

Resumo

Discutir a intertextualidade implica, antes de mais nada, olhar para uma série de conceitos como os de texto, dialogismo e paráfrase. O primeiro, porque está ligado a uma discussão ampla nos dias que correm, afinal só há cerca de cinquenta anos atrás a Linguística Textual colocou este conceito no centro dos seus estudos. O segundo tem uma relação intrínseca com o tema que pretendemos abordar na medida em que qualquer enunciação tem carácter social e é sempre dirigida a um interlocutor em uma dada situação de comunicação, originando um efeito intertextual que marca o carácter heterogéneo de qualquer texto. O terceiro e último item, é a paráfrase que se relaciona com a intertextualidade pelo fato de exigir que o parafraseador mantenha um desvio mínimo e preserve a continuidade da ideologia dominante versada pelo intertexto. Na verdade, a intertextualidade é um conceito amplamente utilizado em trabalhos de literatura e linguística para referir textos que têm relações entre si. O presente artigo pretende verificar como se dá a intertextualidade nos textos “A um poeta” e “Surge et ambuala”, adoptando um dos modelos sugeridos por Santʼanna (2003). Ao longo da análise, ficou provado que a intertextualidade é um mecanismo que garante a heterogeneidade do texto. Também ficou claro que há uma relação intertextual, entre os textos supracitados, centrada na paráfrase, enquanto desvio mínimo, gerado pela retomada de elementos de um texto no outro.

 

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Publicado

2023-11-23