PRÁTICA DISCURSIVA DA REVISTA VEJA SOBRE ADOLESCENTES QUE PRATICAM ATO INFRACIONAL

Resumo

Por décadas o adolescente que comete ato infracional vem sendo representado na memória social como bandido. Esse estigma é perpetuado e cristalizado na sociedade através da paráfrase discursiva que (re)produz sentidos acerca destes jovens. O discurso jornalístico tem seu papel neste processo uma vez que veicula modelos de ver e interpretar a realidade. No que se refere a adolescentes que cometem ato infracional, o discurso jornalístico produz enunciados que geram efeitos de sentido negativos sobre esses jovens em matérias que tratam de crimes cometidos por adolescentes. Neste trabalho, pretende-se visualizar como se constrói a prática discursiva da revista Veja sobre os mesmos, ou seja, identificar quais sentidos são mobilizados e emergem do discurso da revista sobre adolescentes que cometem ato infracional. Para tanto, será realizada uma análise de sequências discursivas retiradas da edição nº 2318 veiculada pela revista à luz da análise de discurso buscando-se desenvolver uma discussão que torne visível a emergência de determinados sentidos em detrimento de outros.