AS (RE)CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS SOBRE O SUJEITO JOVEM MANIFESTANTE: MÍDIA, POLÍTICA E FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS

Autores

  • Luana Vitoriano-Gonçalves
  • Flávia Cristina Silva Barbosa

Resumo

As manifestações de rua, como forma de atuar político, marcaram inúmeros contextos do país. Isso porque na manifestação, a política, de forma direta ou indireta, passa a ser re-discutida pela massa integrante dos movimentos e que é colocada do lugar de sujeito-cidadão a exercer seu dever em socidade. Participar de uma manifestação é, contudo, ser sujeito e estar sujeito à língua(gem): os discursos dos/sobre os manifestantes não chega à população isento de ideologia; nos/pelos discursos (dos) outros o sujeito na manifestação é ressignificado. A mídia é uma das principais produtoras de discursos nestes casos, porque ela é legitimamente autorizada a falar sobre os acontecimentos que (des)estabilizam a cidade e a sociedade, além de se colocar no intermédio das relações político-sociais. Desta forma, para esta pesquisa, considera-se o modo como a mídia, mais propriamente o jornal impresso Folha de S. Paulo, discursiviza dois períodos de manifestações de rua, durante o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, e no decorrer das manifestações de junho de 2013. Em termos teóricos e metodológicos, a proposta inscreve-se no dispositivo da Análise de Discurso francesa, pecheutiana, representada pelas contribuições de Orlandi (2001; 2003);  Mariani (1999); e Coracini (2003). Considera-se que a mídia não está, de modo algum, isenta de opinião ao noticiar uma manifestações de rua, mas seu discurso é dependente das condições de produção que envolvem a enunciação, e, principalmente, relaciona-se com a posição da qual se enuncia. Por isso, o conceito de formações imaginárias é fundante para investigar as regularidades “rebeldes sem causa”; “as ‘faces’ do manifestante”; e “esquerdistas” quando a mídia tece um perfil para os manifestantes de dado período.

 

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Publicado

2023-11-23